Daniele
é uma menina jovem de dezesseis anos, ela é extrovertida, simpática e que
possui um bom humor que contagia qualquer pessoa em sua volta.
Ela
sempre sonhou em se casar e ter filhos, esse foi o maior de seus sonhos. Ela
possuía um diário onde escrevia todas as suas metas e sonhos a serem alcançados,
e entre todos esses sonhos o que ela mais escrevia era sobre sua vida futura,
onde descrevia como seriam os seus filhos, pois sempre sonhou em ter um casal
de filhos, e todos esses sonhos que ela tinha, ela sempre incluía o Renato, um
jovem de dezoito anos, bem humorado, de vida simples, mas que ela sempre o
amou.
Ela
o conheceu quando tinha treze anos, quando os dois estudavam em uma escola
pública e o Renato por ser mais velho e ser de uma turma de uma série acima da
Daniele, ele nunca se preocupou em conhecê-la, mas por outro lado a Dani sempre
foi apaixonada por ele, mas nunca disse nada ao Renato, porque tinha medo de
ser desprezada, por ela ser mais nova que ele. Até que um dia ela teve coragem e
se declarou a ele dizendo que gostava dele.
O
Renato surpreso com a declaração disse que se sente lisonjeado pela declaração
dela, mas que não saberia o que fazer.
Demorou
alguns meses, eles acabaram ficando juntos desde então.
O
sonho que a Dani sempre teve, acabou sendo adotado pelo casal, que sonhavam
juntos, e planejavam tudo.
Diferentes
de muitos casais, os dois sempre que ficavam sozinhos juntos, na maior parte do
tempo, eles conversavam sobre o sonho que os dois tinham, e nessas conversas
eles ficavam narrando como seria cuidar dos seus futuros e sonhados filhos,
quantos filhos eles teriam, se seriam meninos ou meninas, se seriam calmos ou
hiperativos, os nomes que as crianças teriam, eles imaginavam e narravam até
quem acordaria de madrugada para cuidar do bebê quando chorasse.
Esses
sonhos nasceram com a Daniele, que sempre sonhou em formar uma família.
Com
poucos meses de namoro os dois já estavam ajuntando dinheiro para comprar uma
casa e se casarem, e pelos cálculos e as contas que os dois fizeram com o
dinheiro que eles recebiam mensalmente e guardavam para se casarem, eles
conseguiram chegar a uma conclusão que demorariam seis anos para conseguir
realizar esse sonho.
Tudo
parecia estar dando certo, o dinheiro era guardado em uma poupança, e eles se
esforçavam muito para conseguir juntar esse dinheiro.
Até
que um dia tudo na vida da Daniele muda radicalmente.
Era
uma noite tranquila, e, o Renato e a Daniele estavam passeando juntos por uma
praça, onde os dois costumavam ir para conversar e namorar, até que em um
desses passeios eles estavam voltando para casa quando um carro preto para do
lado deles, e um homem encapuzado segurando uma arma na mão aborda eles, e de
maneira violenta, esse homem bate na nuca dos dois, fazendo-os desmaiarem.
Daniele
e Renato sem saberem o que aconteceu acordam em um cômodo fechado, com apenas uma
porta, em que, o Renato está de um lado da parede preso em uma cadeira
amordaçado e do outro lado do cômodo, em uma distância de dois metros e meio, a
Daniele nua, de pé, com os braços e pernas presas por uma corrente de forma que
seus braços e pernas ficam abertos, e uma mordaça de uma fita adesiva cinza em
sua boca.
Ao
perceberem a condições que os dois estavam, eles começam a se desesperar, pois
eles não acreditavam no que estava acontecendo com eles.
O
medo e o pavor começam a tomar conta deles, eles não tinham como se comunicar
oralmente, mas somente com os olhos.
Os
dois se olhavam intensamente, mas o que um conseguia ver no olhar do outro, era
o desespero e a tristeza, em que as lágrimas de seus olhos escorriam sem parar.
Após
um tempo se olhando, Daniele começa a se olhar e via que sua condição poderia
representar algo extremamente ruim para ela, pois ela se encontrava amarrada e
totalmente nua, extremamente vulnerável, sem condições nenhuma para se
defender, e o amor da sua vida estava ali a olhando, sem poder fazer nada a não
ser observar e ver todo o seu sofrimento, pois ele se encontrava todo amarrado
em uma cadeira de ferro que estava parafusada no chão, ele não conseguia fazer
nenhum tipo de movimento, a única coisa de seu corpo que ele conseguia mexer
era sua cabeça, e mesmo sabendo que não tinha como fazer nada, Renato olhava em
volta do cômodo para tentar achar algo ou alguma coisa que pudesse ajudá-los,
mas ele não encontrou, o quarto estava totalmente vazio, só havia ele e sua
amada amarrados e vulneráveis, a única coisa que eles conseguiam fazer era se
olharem, tentando se comunicar, apenas pelos olhares, olhares esses que eram
facilmente embaçados pelas lágrimas que fluíam de seus olhos.
Eles
não ouviam e não falavam nada. Era um silêncio profundo daquele cômodo. O casal
só esperava pelo pior.
Algumas
horas depois houve-se um barulho de um ruído, poderia ser um portão de ferro se
abrindo, logo eles escutam barulhos de passos, que a cada passo ficava mais
alto e mais próximos de onde eles estavam, o casal apenas se olhavam percebendo
que algo de muito ruim estava preste a acontecer, e isso deixava-os cada vez
mais aflitos e com medo, e de tanto chorarem as escleras de seus olhos estavam
totalmente avermelhadas.
O
cômodo era escuro, totalmente fechado, não havia nenhuma ventilação, havia
somente uma lâmpada no meio do teto preto que estava acesa, mas a iluminação
dela era fraca, porém era uma iluminação que dava para ver toda a parte daquele
lugar, o cômodo era fechado com uma porta grande e pesada feita de ferro
maciço, que tinha apenas um buraco quadrado no meio da parte de cima da porta,
na parte de dentro da porta não tinha trinco e nem fechadura o que parecia que a
porta só podia ser trancada na parte de fora.
O
som dos passos foram ficando mais próximos e mais lentos, até que se houve
silêncio por dois segundos, então eles ouvem um barulho de alguém abrindo a
porta daquele cômodo, o desespero do casal aumentava cada vez mais enquanto
eles olhavam fixamente para a porta que estava preste a se abrir, mas por causa
da porta ser de ferro e bem pesada, ela lentamente começa a se abrir. A reação
do casal era somente se olhar e ambos percebiam o desespero nos olhos um do outro,
o lugar era quente e o os dois estavam totalmente molhados de suor.
A
porta se abre, e eles veem uma pessoa de altura média, usando um capuz preto na
cabeça que só dava para ver os olhos, pela estatura física, parecia ser um
homem que vestia uma roupa toda preta, uma camisa social, uma calça social, uma
luva e um sapato, tudo preto, ele carregava na mão um facão de quarenta
centímetros de comprimento que cortava apenas de um lado. Ao verem tudo aquilo
o casal se olha, só que dessa vez era um olhar de despedida, pois o pior que
eles estavam esperando acontecer estava preste a acontecer naquele momento.
O
homem se vira e puxa uma pequena mesa de ferro com uma das mãos para dentro do
cômodo, ele coloca a mesa entre o casal que olhavam toda a ação daquele indivíduo,
ele então coloca a faca em pé no batente da porta e entra para dentro daquela
sala quente e fecha a pesada porta de ferro, esse homem então lentamente passa
por trás do Renato colocando sua mão esquerda na cabeça dele, e de trás do Renato,
ainda com a mão esquerda na cabeça dele, o homem aponta o dedo indicador da mão
direita para a Daniele que começa a chorar, então depois de apontar o dedo
indicador para ela, com o dedo ainda esticado ele passa o dedo da esquerda pra
direita na direção do pescoço do Renato, fazendo um sinal de que aquele seria o
último dia deles.
Então
o homem vai para o outro lado da mesa onde Daniele está, e vai na direção dela,
ele aperta um botam preto na parede que faz as correntes esticarem os braços
dela fazendo ela levantar e ficar erguida com as pernas abertas e presas pelas
correntes de baixo, ela fica totalmente pendurada pelos braços, ele vai por
trás dela e começa a passar a mão no corpo dela, começando na barriga, e
acariciando o corpo dela, ele levanta lentamente a mão até os seios, segurando
os seios dela com as duas mãos, enquanto aperta e segura os seios dela, ele
começa a cheirar o pescoço dela, então esse homem coloca o queixo no ombro
esquerdo dela e olha fixamente para o Renato, que via tudo aquilo acontecendo,
dessa vez seu olhar já era de raiva e desespero por ver sua amada sendo abusada
daquele jeito e não poder fazer nada, o homem não se preocupa com o olhar de
ódio de Renato e continua olhando fixamente para ele, e enquanto ele olhava
para o Renato, ele desce sua mão direita lentamente até as genitálias dela, ela
tenta se sacolejar, para impedir daquilo tudo que está acontecendo com ela, mas
seus movimentos são inúteis, pois seus braços estavam esticados e levantados e
suas pernas estavam abertas e esticadas, ela estava pendurada.
Ela
não conseguia entender daquilo estar acontecendo com ela, e isso fazia ela
ficar cada vez mais desesperada, tentando falar alguma coisa, sacolejar o
corpo, mas nada impedia daquele homem de tocá-la.
O
Renato ao ver o homem tocando nas partes íntimas de sua amada fica cada vez
mais com raiva, mas era uma raiva sem resultado, pois ele estava totalmente
imóvel, e não podia fazer nada, e isso cresceu nele uma tristeza profunda, ele
tenta virar a cabeça e fechar os olhos para não ver sua amada sofrendo, mas sua
preocupação com ela é tanta que ele não conseguia parar de olhar para ela
sofrendo daquele jeito.
O
homem então tira o cinto de sua cintura e coloca na mesa, ela ao ver isso
percebe que não tem mais jeito e que terá que enfrentar o pior momento da sua
vida, que poderia ser a última coisa que ela viveria.
Depois
de tirar o cinto ele coloca suas genitálias ereta para fora e começa a esfregar
nela, ele puxa a pequena mesa para atrás dela e usa a mesa para ganhar altura
para penetrá-la.
Daniele
não tinha mais o que fazer a não ser chorar e olhar para seu amado que via tudo
acontecendo sem fazer nada.
A
ação dura por vários minutos até o homem ejacular dentro dela, e após fazer
isso ele coloca suas genitálias para dentro de suas calças de volta e coloca o
cinto, de volta na cintura.
O
homem pega o facão abre a porta e saí deixando a porta fechada e trancada.
O
Renato olha para sua amada e percebe que ela está totalmente sem força e vigor
para fazer qualquer outra coisa ou movimento, ela não olhava para ele e sua
cabeça ficava inclinada para o chão, ela estava totalmente inerte e o que só
podia ver era as gotas de suor e choro que pingava do rosto dela para o chão.
Aquele
momento parecia que nunca ia acabar, a morte poderia ter sido melhor do que
viver da maneira como eles estavam.
Foram
várias horas que eles ficaram ali presos, os punhos de Daniele já estavam
começando a ficarem em carne viva por estar pendurada. Ela estava fraca e sem
força e já não olhava mais para o seu amado.
Até que se ouvi novamente o som de um ruido de
um portão de ferro abrindo e o som de alguém caminhando de volta para onde eles
estão.
Era
novamente aquele homem, ele entra naquele cômodo e repede toda a ação que tinha
feito antes na Daniele. Ela não reagiu pois estava muito fraca e sem nenhum
vigor, e poderia morrer a qualquer momento.
Após a ação e ejacular dentro dela novamente,
o homem pega a faca e vai para atrás do Renato, ele encosta a faca no pescoço
dele e espera a Daniele olhar para eles, pois ela estava fraca e desnorteada,
até que ela olha para eles e percebe que o amor de sua vida estava preste a
morrer.
O
Renato só olhava para ela com os olhos lacrimejantes sabendo que seria a última
coisa que ele veria, ela fica balançando a cabeça tentando impedir daquele
homem fazer o que estava preste a fazer, mas ele não se importa com ela e corta
o pescoço do Renato, fazendo ele morrer.
Ela
se desespera e começa a chorar por ver seu amado morrer em sua frente.
Aquele
homem então desprende o corpo do Renato da cadeira e sai daquela sala puxando o
corpo pelas pernas deixando a faca ensanguentada em cima da mesa, ele fecha a
porta de ferro deixando Daniele sozinha e atormentada com tudo o que aconteceu.
Naquele momento já não tinha mais o Renato, mas somente uma cadeira de ferro
vazia e um chão todo cheio de sangue.
A
única coisa que ela esperava agora era a sua morte, pois tudo o que ela
esperava acontecer aconteceu pior do que ela esperava.
Depois
de algumas horas o homem volta para aquele lugar quente e encontra Daniele
totalmente sem reação com a cabeça baixa, pois parecia estar morta, ele dá uns
tapas no rosto dela para despertá-la, ela desperta, mas claramente sem forças
para fazer qualquer outra coisa.
O
homem então pega uma seringa do bolso e injeta-a no pescoço fazendo-a apagar.
Daniela
acorda com a luz do sol batendo em seu rosto, em uma estrada vazia, longe de
qualquer cidade, apenas com um lençol preto que cobria seu corpo nu violentado.
Ela
não tem forças, simplesmente senta na beira da estrada e começa a chorar por
tudo o que ela vivenciou naquela noite, até que passa um carro branco com uma
mulher que ver a Daniele sentada na beira da estrada chorando, a mulher pensa
que é uma moradora de rua e tenta ajudá-la.
–
Bom dia menina, – perguntou a mulher vendo o semblante triste, sujo e suado
dela, – está tudo bem com você?
Daniele
olha para a mulher, mas não responde nada, e chora.
A
mulher senta do lado dela e pergunta:
–
O que houve, aconteceu alguma coisa? Você precisa de ajuda?
Ela
olha para a mulher com o rosto todo inchado de tanto chorar e diz:
–
Eu fui violentada e estrupada, mataram meu namorado na minha frente.
A
mulher se assusta e fica surpresa pela resposta dela. Pega-a pelo braço levanta
a jovem de dezesseis anos e coloca ela no banco do carona do carro e sai com o
carro.
–
Como isso aconteceu? – perguntou a mulher tentando entender a situação dela, –
Você viu quem fez isso com você?
A
jovem não conseguia responder, só conseguia chorar, a mulher entende e segue
viagem.
Depois
de um tempo viajando ela explica para mulher tudo o que ela viveu naquela
noite. A mulher extremamente surpresa e em choque a leva para uma delegacia.
Lá
a Daniele conta tudo o que aconteceu para a polícia, ela faz corpo de delito e
exames para registrar a violência que ela sofreu. Logo ela é levada para a casa
de seus pais que haviam feito uma ligação para a polícia para registrar o
desaparecimento dela na noite passada.
Em
casa, Daniele se encontra totalmente traumatizada com tudo o que aconteceu com
ela, seus pais não sabem como lidar com a situação, pois ela vive em seu quarto
trancado e preza sem receber nenhuma visita. Ela só consegue chorar, sua mãe é
a única que entra em seu quarto e mesmo assim é para alimentá-la, pois ela não
quer falar sobre o que aconteceu com ninguém.
Dois
meses depois de tudo o que aconteceu, Daniele já se encontra mais disposta, mas
mesmo assim ainda continua um pouco abalada com tudo o que viveu.
Um
dia Daniele começou a se sentir mal, ela ficava muito enjoada, vomitando e
sentia náuseas. Ela não revelou nada para ninguém sobre o que estava sentindo,
foi quando ela resolveu fazer um teste de gravidez, que acabou dando positivo,
nesse primeiro teste ela ficou desesperada, pois não podia acreditar no que
estava acontecendo com ela, e resolveu fazer mais dois testes, nos quais também
deram positivos, foi então que ela começou a lembrar do momento de terror que
ela viveu, e uma mistura de tristeza e desespero ela começou a sentir, seu
corpo tremia muito e seu coração começou a bater rapidamente, as lembranças
daquela triste noite vinha a tona novamente em sua mente como nos sonhos que
ela tinha frequentemente. Foi uma noite que nunca permitiu dela ter paz, e que
a atormentava todas as noites enquanto dormia.
Houve
um dia que ela já não conseguia mais ser atormentada pelas lembranças daquela
triste noite e resolveu tomar uma decisão que acabaria de uma vez com aquele
sofrimento.
Daniele
escreve uma carta de despedida para seus pais e a coloca na escrivaninha do
quarto ao lado da cama. Ela sai e vai até uma passarela que atravessa os
trilhos do trem, onde ela fica esperando um trem passar, para pular e se jogar
na frente do trem, mas enquanto ela fica olhando para os confins dos trilhos
esperando o trem chegar, ia passando a mulher que havia a socorrido no dia da
noite do seu sofrimento. Essa mulher ia passando e reconheceu de longe a
Daniele, e sabendo ela de tudo o que a jovem sofreu e o que a menina estava
preste a fazer, ela corre para se aproximar da jovem mais rápido e impedir de
uma tragédia acontecer e para conversar.
Já
era possível ver o trem que vinha de longe em uma grande velocidade, e a
Daniele já estava pendurada na beirada da passarela para pular, e enquanto via
tudo acontecendo a mulher corre o mais depressa possível para impedir, e antes
da menina pular a mulher consegue chegar perto e por detrás da Dani, ela a
abraça e puxa a garota para o meio da passarela, impedindo dela pular.
Após
o acontecimento a jovem olha para quem a salvou e reconhece que foi a mesma
pessoa que tinha a ajudado no dia de sua grande tristeza, ela então dar um
abraço bem apertado na mulher e começa a chorar sem falar nada.
A
mulher emocionada a abraça bem apertado também e chora pela tristeza que ela
sabia que a menina tinha, depois de um tempo abraçadas elas descem da passarela
e sentam em um banco de madeira da praça que ficava por ali.
Após
alguns minutos e quando a jovem já estava mais calma elas começam a conversar.
–
Dani, eu sei que o que você está passando não deve ser fácil, – disse a mulher
acariciando a cabeça da jovem com a mão direita – mas você não deveria fazer
isso, pensa nos seus pais, de como ele se sentiriam se perdessem você.
Daniele
olha para ela com os olhos lacrimejando e diz:
–
Eu sei, mas dói muito, eu não consigo dormir direito a noite, eu sonho com
aquele dia todas as noites, aquele homem desgraçado destruiu a minha vida,
assassinou meu namorado na minha frente, me violentou e… – ela dá uma pausa,
pois sua tristeza havia crescido enquanto ela desabafa para a mulher que lhe
ajudou e com os olhos cheio de lágrimas, com um semblante de raiva ela continua
– me estuprou! Não aguento mais viver assim!
–
Eu imagino – disse a mulher – não deve ser fácil, mas você tem que ser forte,
pois você é jovem e tem bastante coisas boas para viver. Pense pelo menos nos
seus sonhos.
Ao
ouvir isso, a menina olha fixamente para a mulher e com um tom de raiva, ela
levanta a voz e fala:
–
Sonho!? Que sonho!? Aquele maldito tirou tudo de mim, inclusive meus sonhos! Eu
tinha planos para realizar com o Renato, a gente sonhava em se casar, ter os
nossos filhos, estávamos até juntando dinheiro para conseguir comprar uma casa
para a gente se casar, e tudo acabou por causa daquele assassino. Eu não tenho
mais sonho, foi tudo destruído.
Ao
ouvir tudo o que a Daniele disse, a mulher se emociona de forma que seus olhos
começam a se encher de lágrimas e diz:
–
Eu não sei o que dizer, queria saber como eu poderia diminuir a sua dor.
Daniele
chora e deita no colo da mulher, a mulher começa a fazer carinho na cabeça da
menina, e arrumando o cabelo.
O
silêncio entre elas fica por alguns segundos. Então para quebrar o gelo a
mulher diz:
–
Eu era igual a você, eu e meu marido também tínhamos um sonho de formar uma
família e ter os nossos filhos, nós conseguimos tudo, nos casamos, compramos
uma casa, temos uma vida bem sucedida, mas o que nós precisávamos de mais
importante, nós não tínhamos que era ter os nossos filhos, e infelizmente isso
nunca aconteceu e nem vai acontecer.
–
Por que? – perguntou a menina.
–
Porque eu não posso gerar filhos, quando eu era mais nova, mais ou menos a sua
idade, eu sofri um acidente que afetou meu útero, e isso me impediu de ter
filhos, eu e meu marido estamos querendo adotar uma criança, mas infelizmente
não estamos conseguindo. – disse a mulher enquanto acariciava a cabeça da jovem
em seu colo.
O
silêncio mais uma vez surge, e a menina pede.
–
Você poderia me levar para a casa?
–
Claro, com maior prazer. – respondeu a mulher com um sorriso meigo e simpático.
Elas
levantam entram dentro do carro branco, e vão embora.
Esse
foi o dia que a Daniele tinha resolvido tirar sua vida, mas foi salva por quem a
ajudou, mas a dor aumentou ainda mais ao saber que estava grávida da pessoa que
destruiu a sua vida. Grávida de alguém que ela não queria.
As
lembranças daquele momento fizeram a ficar extremamente nervosa e desorientada,
não sabia o que fazer, se contava para os seus pais ou não, seu coração batia
muito rápido, e essa mistura de tristeza e desespero ia ficando cada vez maior
e pesado.
Ela
senta no vazo sanitário fechado, tenta respirar fundo e se acalmar, mas a
tristeza era tanta que seus olhos não paravam de escorrer, então ela levanta
joga os testes no lixo, corre até o quarto se joga na cama coloca o travesseiro
no rosto e se entrega ao choro, ela chora massivamente, seus gritos de choro
são abafados pelo travesseiro, ela chora por bastante tempo, até não conseguir
mais chorar.
Na
manhã seguinte, Daniele se levanta para ir à escola, enquanto ela se arruma,
ela pensa no que vai fazer em relação a sua gravidez.
Seus
pensamentos eram confusos, mas ela tenta alguma forma de resolver aquele
problema que ela tinha.
Após
as aulas, durante o recreio ela procura uma menina que também estudava na mesma
escola e que tinha feito aborto, ela queria saber como é feito o aborto.
A
menina passa a informação de um endereço de uma clínica clandestina que faz
esse tipo de trabalho.
Após
sair da escola, ela vai até o banco e retira uma quantia em dinheiro da
poupança que ela estava ajuntando com o Renato e vai até essa clínica.
Chegando
lá, a recepção pede a ela para esperar que logo ela será atendida, a jovem
então vai até em uma das cadeiras que tinha ali e senta.
Enquanto
espera, ela fica pensativa, e tenta descobrir em seus pensamentos se ela estava
ou não fazendo a coisa certa, pois seus pensamentos eram confusos, era uma
mistura de medo, desespero, raiva, tristeza, tudo fluindo ao mesmo tempo dentro
dela.
Após
alguns minutos uma menina de aproximadamente 20 anos entra na clínica e senta
ao lado de Daniele.
–
Boa tarde! – disse a jovem.
–
Boa tarde! – Daniele responde.
–
Você está esperando a muito tempo? – perguntou a jovem.
–
Alguns minutos. – a Dani respondeu.
–
É assim mesmo, – disse a jovem – eles demoram a atender, já é a segunda vez que
eu venho aqui fazer aborto.
–
Segunda vez? – Daniele pergunta surpresa.
–
Sim, eu e meu namorado não queremos ter filhos, então quando eu engravido eu
tiro.
–
E você se sente bem com isso? – perguntou a Dani surpreendida com a reposta da
jovem.
–
Sim, e por que eu não deveria? – a jovem responde com naturalidade – É só um
feto que não vai fazer diferença nenhuma se eu tirar, e se eu não quero ter
filhos eu não vou ter. E ninguém vai me obrigar a isso.
Daniele
fica espantada com o que a menina diz, e acaba lembrando dos seus sonhos de ter
filhos, os momentos que ela conversava com seu amado de como seria cuidar dos
filhos, os nomes que eles teriam, as vezes que ela ria e brincava com seu amado
de como seus futuros filhos seriam, sonho esse que, ela lembra que também era o
mesmo sonho da mulher que a salvou, então ela reavalia se o que ela estava
preste a fazer era realmente o que ela deveria fazer.
Ela
fica um pouco desorientada, não conseguindo reagir a nada. Até que alguém chama
pelo nome dela, ela escuta chamando, mas não sabe se vai, e enquanto chamam o
nome dela ela fica paralisada sem saber se vai ou não, até que param de chamar
por ela. Daniele então se levanta pega o celular e liga para a mulher que havia
a salvado antes, marcando de se encontrarem para conversar.
No
dia seguinte, Daniele se encontra com a mulher no mesmo lugar onde elas tinham
ficado quando ela tentou tirar sua própria vida.
– Oi, Dani, aconteceu alguma coisa? –
perguntou a mulher.
–
Sim. – ela respondeu.
E
com os olhos cheio de lágrimas ela continua:
–
Eu estou grávida!
A
mulher então se espanta abraça-a e diz:
–
Fica calma, eu estou aqui com você. – houve uma pausa de alguns segundos – Mais
alguém sabe que você está gravida?
–
Não, – ela responde triste – ninguém sabe, eu não contei pra ninguém, só pra
você.
Elas
ficam abraçadas, e a mulher pergunta:
–
E o que você pretende fazer?
Daniele
engole o choro olha nos olhos da mulher e fala:
–
Eu fui até uma clínica para tirar, mas não consegui fazer isso, fiquei muito
confusa, não sabia se era o certo a se fazer, lembrei de muitas coisas, e
acabei não fazendo o que eu pretendia, mas queria saber de uma coisa... – ela para.
–
O que? – a mulher pergunta tentando entender.
–
Se eu tiver essa criança, eu não vou conseguir cuidar dela depois de tudo o que
houve, o motivo pela qual fez essa criança existir, seria dolorido de mais para
mim. Eu não posso passar por isso... – ela para.
–
E o que você pretende fazer, – a mulher pergunta.
–
Eu queria saber se depois que eu tiver essa criança, que você ficasse com ela e
cuidasse dela como se fosse seu filho. – a jovem pede sem hesitar.
Ao
ouvir isso, a mulher fica muito emocionada, dá um belo sorriso e começa a
chorar, ela abraça a menina bem forte e diz:
–
Claro que sim, eu e meu marido ficaríamos muito felizes, você não tem ideia de
como a gente está procurando uma criança para criar, é um sonho que ser tornará
realidade.
Depois
de ouvir a mulher Daniele dá seu primeiro sorriso depois de muito tempo, desde
a noite sombria, e abraça-a.
Feito
por:
Elielton Lima
Data:
28/02/2022
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